Esse ano eu completei 36 anos. Foi no dia 4 de abril. Esse ano eu resolvi fazer uma festa de aniversário pra mim. Daquelas que eu costumo fazer pras minhas filhas todos os anos, com decoração personalizada, tema, bolo, docinho, e todo fru-fru que eu tinha direito. É claro que todos os anos a gente comemora o meu aniversário de uma forma ou de outra, mas esse ano eu queria festinha.
O tema não precisei nem pensar muito, lógico. Livros. Catei no Pinterest algumas ideias, e inventei algumas coisas eu mesma. A ideia era fazer uma troca de livros com minhas amigas. Só convidei a mulherada. Até porque ia fazer em casa, o espaço é limitado, então foi clube da Luluzinha mesmo. E nem deu pra chamar todo mundo que eu queria, mas fazer o quê, né?
Vamos começar pela decoração?
Trabalhar em biblioteca tem suas vantagens. Estão sempre descartando livros da coleção, vendem a preço de banana, tipo centavos. Peguei uns 10 livros dessa pilha e fiz o que jamais pensei em fazer com livros: destrocei-os completamente. Comprei uma edição acabadinha de Orgulho e Preconceito num sebo da cidade porque tinha que ter alguma obra significativa nessa decoração aí, e esse é um dos meus queridinhos ever. A primeira página foi pro porta-retrato, escondendo minha foto de casamento.
Alguns dos livros viraram suporte pro bolo. Na correria, só depois vi que ficaram outros no alto da estante, que era pra ter colocado na mesa também, como suporte dos quitutes.
Tirei as páginas de três livros e cobri duas paredes da casa. Gostei tanto do resultado que quase cogitei deixar como papel de parede, pra desespero do marido, que tinha certeza que eu ia acabar tirando toda a tinta da parede. (Fica crepe não machuca a tinta, fica a dica!) Fiz bandeirolas e espalhei pela casa. Cobri potes e garrafas de vidro, amarrei uma fita com um laço e coloquei flores. Imprimi algumas imagens fofas da internet com citações sobre leitura (salve o Pinterest!) e livros e preguei-as nas paredes.
O bolo, eu que fiz. Bolo de caixinha, um branco e um de chocolate. Recheio de beijinho de côco, cobertura pronta. Parece que ficou chique, mas ficou é tudo torto mesmo. Porque imperfeição tá na moda, né? E, né por nada não, mas ficou bom demais o bolo, viu? Tão macio que despencou todo na hora de cortar.
Fiz spinach dip (uma pasta de espinafre super fácil, pra comer com pedaços de pão), sanduíche de atum, brigadeiro (enrolado com côco, que o granulado tinha acabado), macaroon de limão (que ficou delicioso, mas não parecia nem um pouco com macaroon). Comprei alguns biscoitinhos, brownie e bandeja de frutas. Pra beber, café, chá e sucos.
Eram só 16 velas. Foi o que veio no pacote. Porque, né? O que importa é a idade interior.
A troca de livros foi muito divertida. Pedi pra cada uma trazer um livro que tenha lido e gostado. Podia ser usado, se estivesse em boa condição. Tinha que embrulhar o livro e escrever 3 ou 4 dicas sobre ele num papel. Na hora da troca, fizemos um sorteio com o nome de todo mundo que trouxe livro pra trocar. Cada pessoa sorteada poderia escolher um dos livros da mesa. As dicas foram legais pra gente ter ideia mais ou menos do que se tratava o livro e não correr o risco de pegar um livro que talvez não fosse do seu interesse. Eu troquei o livro A sombra do vento, do Carlos Ruiz Zafón, e peguei o Bringing up bébé, da Pamela Druckerman.
Gostei tanto de fazer a troca de livros, e minhas amigas também parecem ter curtido, que estou pensando em fazer isso mais vezes. Assim a gente descobre livros diferentes e conhece mais dos gostos de cada uma.
De lembrancinha, fiz marcadores de livro de tecido.
Alice tirou algumas fotos também.
Na porta, eu pendurei uma guirlanda de flores de papel. Mais um jeito de reciclar livros usados. Meus dedos ficaram todos queimados de cola quente, mas o resultado valeu a pena.
Foi uma tarde super agradável, na companhia de pessoas muito queridas, falando do assunto que eu mais amo no mundo. Deu trabalho, claro, mas é tão gostoso fazer tudo você mesma, cada detalhe planejado com amor. Foi um tempo que gastei para me presentear, para celebrar e agradecer pela minha vida, pelas coisas boas que eu vivo todos os dias, e também pelas nem tão boas assim. Nós, mães, estamos sempre nos doando para os filhos, para a família. Tem hora que é bom fazer algo por nós mesmas.
E você? Como costuma celebrar o seu aniversário?